Sim, sei que ainda sou “nova”, mas quando damos por isso, os filhos crescem, os pais partem e nós envelhecemos..
Tenho saudades do tempo,
Em que não tinha preocupações,
Em que tinha colo,
Em que não tinha desilusões.
Tenho saudades de ser pequena,
O meu pai sempre acompanhar,
Fosse á bola, ou à praia,
Fosse ir com ele a caçar…
Tenho saudades de ouvir,
A minha mãe a repreender-me
Cada vez que chegava tarde,
Só queria proteger-me
Mas os anos passaram,
Da noite para o dia,
Tornar-me mulher,
Foi uma alegria..
Sem dar por isso,
Acabo por de casa sair
Abandono os meus pais
E noutra casa vou dormir..
Acaba-se o aconchego,
O carinho dos pais e o lar,
Surgem responsabilidades,
Do acordar ao deitar..
O desejo de ser mãe
De mim se apoderou,
E quando dou por mim
Mais de um ano já passou.
De neta deixei de ser,
Os meus avós acabei por perder,
De filha, tornei-me mãe
É triste envelhecer…
Os anos passam,
Os nosso pais a envelhecer,
Sabemos todos infelizmente,
Que não tarda os iremos perder.
É triste saber e pensar,
Que muita coisa fica por fazer,
Muita coisa por dizer e dar..
Antes da hora de morrer…
Porque esta passagem é curta,
Sem sentido para mim,
Para quê viver?
Se vem ai o nosso fim…
As rugas não me assustam,
Mas sim saber que vou deixar,
Esta filha que amo,
Vou ter de abandonar..
Mas esta é a lei da vida,
Muitos tentam não pensar,
Eu penso e sofro com isso,
Pois não consigo aceitar!